No dia 30 de agosto, grandes players do país se reuniram no Rio de Janeiro na segunda edição do Prumo Day, onde refletiram sobre a neoindustrialização no Brasil e o desenvolvimento da indústria de baixa emissão de carbono, bem como as oportunidades e desafios no âmbito da transição energética.
Um dos palestrantes convidados foi Dorian Zen, CEO da Toyo Setal, ao lado de André Clark, VP para o hub América Latina (Siemens Energy); Joaquim Levy, Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados (Banco Safra); Rogério Nogueira, Diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios (Vale) e Carla Primavera, Superintendente de Transição Energética e Mudanças Climáticas (BNDES), tendo como mediador Jorge Camargo, Chairman e Conselheiro (Grupo Ultra e Prumo e Vast). O evento buscou trazer ideias e soluções para o desenvolvimento sustentável brasileiro e foi organizado pela Prumo Logística Global e Porto do Açu, transmitido pelo Valor Econômico.
No cenário contemporâneo de mudanças climáticas, a busca por soluções sustentáveis se torna crucial e a indústria tem um papel vital no processo de torná-las realidade. O Prumo Day proporcionou uma excelente oportunidade para líderes e especialistas discutirem estes dois temas de grande relevância para o país. O encontro proporcionou um mergulho profundo nas oportunidades e desafios que a industrialização de baixa emissão de carbono reserva para o Brasil. As contribuições registradas nos painéis consolidaram o Prumo Day como um espaço de diálogo crucial na construção de um futuro sustentável, alinhado com as demandas da atualidade.
Polo de produção de fertilizantes
Um dos momentos marcantes da programação do primeiro painel foi a participação do CEO da Toyo Setal, que colocou em pauta uma discussão sobre a dependência brasileira por fertilizantes importados. No debate foi abordado as condições e as limitações que impedem o avanço no setor, além das propostas de soluções que visam a redução de sua vulnerabilidade uma vez que se trata de um insumo essencial à produtividade agropecuária (alimentos), à indústria de biocombustíveis (energia) e à indústria de fibras (têxtil), se tratando assim de um tema estratégico e de soberania nacional.
Na oportunidade Zen colocou em pauta a expectativa de tornar a Região Sudeste um polo de produção de fertilizantes, com a criação desta plataforma no Porto do Açu. Também chamou a atenção para os riscos do Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo e, ao mesmo tempo, importador de 90% dos fertilizantes que consome. Paradoxo este que, de acordo com ele, “deixa o país altamente vulnerável aos conflitos geopolíticos, dentre outras variáveis”. Com ênfase na fala sobre a produção de nitrogenados, a Toyo Setal, em parceria com o Porto do Açu, celebrou recentemente um MoU (Memorandun Of Understanding), para o desenvolvimento de uma planta de amônia e ureia em escala mundial no referido porto.
Dorian destacou cinco pontos cruciais durante sua apresentação, entre eles a importância de garantir o suprimento sustentável e acessível de gás natural a longo prazo, para a produção de amônia e ureia e a relevância estratégica do Porto do Açu, que possui avançada infraestrutura para atender a essa demanda.
Em seguida mencionou Os avanços no tema tributário a exemplo da redução de alíquotas de ICMS, que nivelarão a competitividade entre fertilizantes nacionais e importados em 2025 bem como a Lei 9.716/2022, que prevê uma Política Especial Tributária para o setor visando possibilitar a atração de investimentos previstos no Plano Nacional de Fertilizantes, devendo o Governo do RJ promover iniciativas legais para reduzir a alíquota de impostos sobre os insumos utilizados, além de investimentos em tecnologia e infraestrutura e ressaltou o papel crucial do governo na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento da indústria de fertilizantes, incluindo políticas de incentivo e licenciamento eficiente.
Por fim, destacou o potencial da Região Sudeste em se tornar um polo de produção de fertilizantes, com um aumento significativo na capacidade de produção de ureia e amônia no Brasil e expressou entusiasmo pela parceria com o Porto do Açu, tendo em vista a longa experiência da Toyo Setal nesse setor e as novas oportunidades para a sustentabilidade do país.
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